quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Reportagem da Rádio Nacional da Amazônia ganha prêmio



   Com a reportagem Crimes contra Indígenas na Ditadura, a Rádio Nacional da Amazônia conquistou o 34º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria Rádio. A matéria foi produzida pela repórter Maíra Heinen, com sonoplastia de Marcos Tavares.
       A reportagem levada ao ar em agosto de 2012 retrata a violações de direitos humanos, marcas de torturas, agressões e mortes que não se apagam de muitas memórias, marcaram o período da ditadura militar no Brasil. Muitos intelectuais, estudantes e artistas se tornaram presos políticos, ou foram mortos na luta pela liberdade. 

    Em Crimes contra Indígenas na Ditadura é apresentada uma versão pouco conhecida dessa fase triste da história brasileira: a das violações que povos indígenas sofreram nos governos militares. No especial depoimentos de indígenas, ativistas e antropólogos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Show do cantor paraense, Nilson Chaves, marca os 35 anos da Rádio Nacional da Amazônia



Nilson Chaves, no palco durante realização de show
     Os 35 anos da Rádio Nacional da Amazônia, comemorados no dia 10 de setembro de 2012, foram celebrados nesta terça-feira (18) no Clube do Choro em Brasília, com pocket show do músico paraense Nilson Chaves e exposição de rádios antigos. Durante a comemoração foi lançada a Rede Pública de Rádios da Amazônia que integram o projeto Vozes da Amazônia. O projeto foi criado com o objetivo integrar as emissoras públicas locais e fortalecer a difusão da cultura amazônica.
     Durante o show ainda foram homenageados a jornalistas Artemisa Azevedo, na emissora desde janeiro de 1979. O programa Ponto de Encontro, no ar desde 1985, e apresentado por Sula Sevilles. Homenagem póstuma a Heleninha Bortone, que por mais de duas décadas encantou as crianças da Amazônia com suas histórias. A equipe do Rodiador, Parque de Transmissão onde ficam os transmissores da Rádio Nacional da Amazônia. Taís Ladeira, gerente regional das rádios em Brasília. Cláudio Paixão, representando os ouvintes da emissora.

Transmissões realizadas pela Rádio Nacional da Amazônia, direto do Clube do Choro, em Brasília. (18.09.2012) 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Emissoras públicas da Amazônia firmam parceria com a EBC



O “Vozes da Amazônia - Um projeto de Comunicação para integração da Região Amazônica” será lançado às 20h, do dia 18 de setembro de 2012, na festa de comemoração dos 35 anos da Rádio Nacional da Amazônia. Durante as comemorações além do lançamento do projeto acontece o show do músico paraense Nilson Chaves, no Clube do Choro de Brasília.
A proposta do projeto “Vozes da Amazônia” é promover a integração da Região Amazônica, por meio da união dos veículos de comunicação para difusão da cultura local.
Um dos desdobramentos do projeto é a criação da Rede Pública de Rádios da Amazônia, formada pelas Rádios Nacional da Amazônia e do Alto Solimões, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC);  além da Fundação Aldeia, gestora das redes de Rádio Aldeia FM e Difusora Acreana; da Rádio Difusora de Roraima; da Rádio Difusora do Amapá; da Rádio 96 FM de Tocantins, da Fundação Redesat; da Rádio Cultura do Pará, ligada à Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa); e a Rádio Cultura do Amazonas, ligada à Fundação Rádio e Televisão Cultura do Amazonas (Funtec).
O grupo estará voltado para o fortalecimento das emissoras públicas da região, com investimentos em capacitação, planejamento e troca de conteúdo, fortalecimento da prestação de serviços e formação de cidadania na região.
De acordo Bráulio Ribeiro, gerente regional das rádios da EBC na Amazônia, em entrevista a Artemisa Azevedo, no programa Falando Francamente, a proposta da rede é colocar no ar o Jornal da Amazônia que passará ser produzido de maneira integrada por essas emissoras. 

Acompanhe a entrevista no programa Falando Francamente (18.09.2012)
   
Participaram da entrevista, Cledston Ancelmo, diretor de Jornalismo da Rádio 96 FM de Tocantins; Barbosa Junior, diretor presidente da Rádio Difusora de Roraima e Marcos Zouen, diretor de Jornalismo da emissora.

Conheça o projeto "Vozes da Amazônia".

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Heleninha Bortone fez história na Rádio Nacional da Amazônia

Tia Heleninha, por mais de duas décadas 
foi locutora na  RNA
    No dia 1 de setembro de 1977 a Amazônia desperta aos olhos do mundo e a Radiobrás inaugura a Rádio Nacional da Amazônia. Inicialmente a emissora fazia suas transmissões em dois horários, um na parte da manhã e outro à tarde. Com o tempo, as transmissões foram ampliadas e o som da emissora podia ser ouvido das 06h às 20h. Um ano mais tarde o sucesso do trabalho realizado pela Rádio Nacional da Amazônia se consolida. As cartas chegam aos milhares e aos poucos a equipe se consolidava.
     No dia 1 de fevereiro de 1979, Helena Ardito Bortone passa a fazer parte da equipe da emissora. A então superintendente da Nacional da Amazônia, Rita Furtado propõe a ela a criação de algo diferente. No mesmo dia Heleninha viaja para São Paulo e no avião nasce à ideia de um programa infantil. Doze dias depois, em 12 de fevereiro daquele Ano Internacional da Criança, entra no ar o programa “Encontro com Tia Heleninha”. Um sucesso inesquecível da emissora. O programa recebe dois prêmios: Ondas, em Barcelona, Espanha, em 81 e a medalha do Pacificador Duque de Caxias com o quadro Casinha Verde-Oliva.

Trecho do programa “Encontro com Tia Heleninha” (Anos 80)
     

   No programa Heleninha apresenta músicas infantis, contava histórias e apresentava outras gravadas em discos, como as conhecidas histórias da coleção Disquinho. 

“A Formiguinha e a Pomba” - História da Coleção Disquinho.
     De imediato a radialista conquistou o gosto das crianças e adultos, e passou a receber milhares de cartas que agora o tratavam apenas como Tia Heleninha. "As músicas enseridas no programa pertenciam época mais rica da música infantil. Patotinha, Balão Mágico, Trem da Alegria. Foi uma época riquíssima em músicas infantis", contou Heleninha em uma entrevista a Rádio Nacional da Amazônia pouco antes de sua partida.
    Ainda no primeiro ano de estréia de Heleninha na Rádio Nacional da Amazônia, em janeiro de 1980 ela começou a apresentar a radionovela “História do Dito Gaioleiro”, que contava a história de um menino que fazia gaiola e que junto com outras duas crianças vivem uma experiência inesquecível. Encontram na mata um poderoso feiticeiro, “Nêgo Véio”, que graça a truques mágicos, faz com que os três embarquem em uma viagem ao mundo dos bichos. (História Completa no Link!) 

Capitúlo 01 da radionovela “História do Dito Gaioleiro” - (janeiro de 1980)
     Em seguida vem várias outras histórias, “Uma casa para muitos”, “Meu Pé de Laranja Lima”, “O Circo Chegou”, “Uma Noite de Natal”, “Poliana”, “Poliana Moça”, “Dois Grandes Amigos”, sem falar dos personagens dos livros infantis que ela escreveu, como “Precisa-se de um Avó” e “Desculpa Mãe”.

Trecho da história “Dois Grandes Amigos” (1986).
    O programa “Encontro com Tia Heleninha”, permanece no ar por 20 anos interruptos, até 1999. Nesse período recebeu cerca de 6 milhões e setecentos e vinte e oito mil cartas. Com o programa fora do ar, a Rádio Nacional passou a receber centenas de carta pedindo o retorno de Heleninha.
   Em 2002, atendendo o apelo dos ouvintes Heleninha volta para a Rádio Nacional da Amazônia e passa a apresentar o programa “Ciranda Nacional”, que tinha as mesmas características do “Encontro com a Tia Heleninha”, mas o programa fica no ar por um período bem menor, até 20 junho de 2004. Com o fim do programa Heleninha vai para Rádio Nacional de Brasília, onde passa a apresentar o programa “Espaço Arte”, um talk show ligado ao mundo da arte.

Trecho do programa “Espaço Arte” (2008)
    Como sempre acontecia quando Heleninha por algum motivo tinha que se afastar da emissora, os ouvintes da Amazônia escrevem centenas de cartas pedindo o seu retorno. E assim no dia 12 de junho de 2006, junto com o locutor Carlos Moreira ela também passa a apresentar o programa, “Pra Lá de Bom”, cujo grande destaque era o quadro “Histórias que Encantam”, que apresentava pequenas histórias com grandes lições de vida. Ainda passaram pela apresentação do Prá Lá de Bom, junto com Heleninha, Alisson Machado e José Nery. Sendo assim vamos deixar que Heleninha conte uma de suas histórias. 

Pra Lá de Bom - Histórias que Encantam (2008)
    Em meados de 2008, os amigos de Heleninha recebem a notícia de que ela estava com câncer. Logo após a descobertas são iniciados os tratamentos, não resistindo às terapias fomos todos surpreendidos com a notícia da sua passagem no dia 26 de junho do mesmo ano. Foi-se a amiga, a contadeira de histórias, a tia... Mas ficaram as lições de vida dessa que costumava espalhar recados pela redação da Rádio Nacional com os versos do profeta carioca: Gentileza gera Gentileza. 

Walter Lima em Homenagem a Heleninha (27 de junho de 2008)
    Por muito tempo fui ouvinte de Heleninha Bortone (Tia Leninha) e até hoje guardo as boas lembranças dos deliciosos momentos que ela pode proporcionar pelas ondas do rádio. E graças a magia do rádio sua voz ecoara eternamente em nossos corações.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Nacional Jovem

       Ao longo dos anos a programação da Rádio Nacional da Amazônia passou por transformações, e se tornou cada vez mais segmentada. Para atender os mais variados públicos programas tratando da realidade de diferentes grupos foram colocados no ar. Nesse cenário, no inicio da década de 1990  surgiu o programa Nacional Jovem, cuja história se perdeu no tempo, e a sua origem não se sabe ao certo.
    Logo em seu inicio, o programa foi apresentado por aproximadamente três anos por Luciano Seixas, que atualmente apresenta a Voz do Brasil. Luciano conta que não lembra ao certo quando apresentou o programa. “Naquela época o programa estava sendo reformulado, eu estava na Rádio Nacional de Brasília AM, quando vim para Nacional da Amazônia, não sabia ao certo o que ia fazer. Mais quando tive que saí já tinha construído uma relação muito forte com os ouvintes.”

Luciano Seixas foi locutor do Nacional Jovem
 na década de 90.
     O programa tinha como principal objetivo estabelecer uma relação entre os jovens e a emissora, o que aos poucos acabou se concretizando. Luciano conta que o programa chegou a receber aproximadamente 800 cartas ao mês. Os ouvintes escreviam pedindo informações sobre relacionamento pessoal, namoro, pratica de exercício físico, cuidados com a pele, entre outros assuntos “Atendíamos todos essas cartas com respostas que tivessem a ver com a vida na Amazônia, ensinávamos, por exemplo, fazer mascara com frutas da região para cuidar da pele”, conta Luciano.

     Todas as temáticas tratadas no programa eram distribuídas em quadros, mas se o ouvinte tinha um assunto, uma curiosidade inusitada, escrevia para o “Eu quero saber tudo sobre tudo”. “Esse era um quadro que os ouvintes adoravam, eles podiam mandar para gente as suas curiosidades sobre qualquer assunto que íamos atrás de uma resposta”, lembra o jornalista Luciano Seixas.

     Depois da passagem de Luciano Seixas pelo programa e do seu retorno para a Rádio Nacional de Brasília AM, o Nacional Jovem saiu do ar. Retornou a grade de programação da Rádio Nacional da Amazônia em 2003 com a apresentação de Carlos Moreira e produção de Artemisa Azevedo. O programa nessa fase era levado ao ar de segunda à sexta-feira das 13h as 15h, e aos sábados, de 12h15 ás 14h, com temas relacionados aos jovens, como comportamento e educação, intercalando com pedidos musicais.

      Eram destaques no programa quadros como “Dicas e Toques”, “Sinal Verde, Passagem Livre Para o Meio Ambiente”, “Combinação de Signos”, “Qual o Significado do Seu Nome?”, “Dicas de Português”, “Horóscopo do Dia”, entre outros.
    Carlos Moreira ficou na apresentação do Nacional Jovem até abril de 2006. Nesse período o programa passou por transformações e passou a ser apresentado pelo jornalista Giovanni Mota, desde então o programa passou a ser produzidos pelos estagiários. Alguns dos quadros foram extintos dando espaço para entrevistas. Giovanni ficou na condução do programa até 2008.

   Em 07 de janeiro de 2008, o Nacional Jovem passou a ser conduzido por uma nova equipe liderada pela jornalista Juliana Maya, que contou com produção de Edna Martins.  Durante o seu processo de reestruturação os quadros foram extintos e o programa passou apresentar apenas uma entrevista, e o quadro Dicas e Toques que é levado ao ar sobre o comando do estagiário do programa.

   Nesse período passaram pelo programa os seguintes estagiários: Rafael Carvalho, Gustavo Lúcio, Guilherme Pêra, Debora Lopo, Ara Alcântara, Márcia Caldeiras, e atualmente a produção é de Janaina Montalvão.
      De dezembro de 2009 a setembro de 2010, o programa contou com a participação de Morillo Carvalho no comando do quadro “Mosaico”, que apresentava nas sextas-feiras às dicas de cultura par a região amazônica, o quadro deixou de existir ao se tornar um programa.

     No comando do Nacional Jovem, Juliana Maya enfoca temas direcionados à juventude amazônica, como comportamento, educação e cultura, intercalando com pedidos musicais. O programa também oferece notícias com temas de interesse da juventude, com debates que estimula os/as jovens a liderarem grupos sociais, a agirem dentro de sua comunidade e entrevistas com especialistas sobre os temas que fazem parte do universo jovem.

Rádio Nacional da Amazônia - Nacional Jovem (18.05.2010)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Radiodocumentário conta história dos 35 anos da Rádio Nacional da Amazônia

 Calendário da Equipe da Rádio Nacional 
da Amazônia (1995). Reprodução cedida 
por Reynaldo Bioni. 
   Ao completar 35 anos a Rádio Nacional da Amazônia reafirma seu compromisso com os ouvintes de levar música, informação, prestação de serviço e muita amizade. Para celebrar a data a jornalista Juliana Maya produziu o radiodocumentário que conta a trajetória da emissora, o "Orelhão da Amazônia", uma referência ao serviço de recados, que já possibilitaram o reencontro de centenas de  famílias. 
     A história é contada por profissionais e ouvintes que ao longo dos anos participaram da construção da identidade da Rádio Nacional da Amazônia. A Rádio conquistou, nesse período, a fidelidade de milhares - ou milhões - de ouvintes de uma região composta por nove estados. Conheça, neste radiodocumentário, a história da emissora, sua relação com os ouvintes, as radionovelas, os encontros que estimulou e os sucessos que alcançou - além das projeções para o futuro.

Radiodocumentário - "Rádio Nacional da Amazônia, o Orelhão da Amazônia" (01.09.2012)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Amazônia Brasileira


Beth Begonha sendo recebida no Alto Xingu (MT). Agosto 2007.  Foto:  Isaac Amorim
       “Alô, alô, chegou a hora/ chegou à hora do auê/ canto eu canta meu povo/ quero ver cantar você.” É assim, ao som da música Chegou a Hora, composição de Paulo Onça e George Jucá, na voz de Felicidade Suzy da Costa, que Beth Begonha coloca no ar, diariamente, o programa Amazônia Brasileira, pela Rádio Nacional da Amazônia das 08h ás 10h. A música é como se fosse um tempo para o ouvinte aumentar o volume do Rádio e chegar mais perto para ouvir uma voz que fala com o povo da floresta.

Vinhetas do programa "Amazônia Brasileira" (2012)
        A primeira edição do Amazônia Brasileira, foi ao ar em 1º de setembro de 2003. O programa foi criado dentro das comemorações dos 26 anos da Rádio Nacional, que naquele ano reestruturou o seu Plano Editorial dando maior ênfase a população amazônida em sua programação.

A criação do Amazônia Brasileira

        Na apresentação do programa Beth Begonha traz para os ouvintes suas experiências frente às câmeras e aos microfones. Nascida em Brasília, aos 15 anos, se muda para Porto Velho (RO), onde um ano depois, em 1981, começa a sua carreira na comunicação, como locutora integra a primeira equipe da Rádio Nacional FM de Porto Velho e da Rádio Nacional Ondas Tropical,  recém implantadas pela Radiobrás, hoje EBC. Nessas emissora, ainda, produziu e redigiu programas e noticiários. Passou pela TV Nacional de Porto Velho, onde foi repórter e apresentou o programa infantil Du-vi-do-dó. Paralelamente, trabalhou com publicidade, em campanhas políticas.
        Em 1987,  já formada em Jornalismo, Beth deixa Rondônia e vai morar no Rio de Janeiro, trabalha no jornal institucional da Vale do Rio Doce, passa pela Rádio Globo FM, apresenta o telejornal local, no Sistema Brasileiro de Telecomunicação (SBT), o SBT Rio de Janeiro, e apresentou o programa musical Rio In Concert, na TV Rio. Anos mais tarde de volta a Brasília, passa a trabalhar na TV Nacional, onde apresenta o Repórter Brasil e o Jornal Nacional.
        No inicio de 2003 a jornalista passa a integrar a equipe da Rádio Nacional da Amazônia, como produtora, e assim começa a construir o projeto do que seria o programa Amazônia Brasileira. “Um programa que juntasse toda essa minha vivência e capacidade de análise, inclusive da situação geopolítica interna do país, as diferenças regionais, a valorização de cada cultura... Cada quadro foi pensado dentro desse contexto amplo de visão que pude ter, como vivente da Amazônia, como profissional da Amazônia, depois na “meca" do rádio, no "sul maravilha", todo esse entendimento sobre culturas, a questão do meio ambiente, enfim, tudo que eu fiz,  e tudo que eu vi, o que aprendi, está nos quadros do programa”, assim Beth Begonha narra o processo de concepção do projeto do programa que apresentou a direção da Rádio Nacional da Amazônia.
       Desde o início o programa é produzido e apresentado por Beth, com co-produção de um estagiário. O primeiro co-produtor do Amazônia Brasileira foi Daniel Costa, e ao longo dos anos, outros nomes como Anna Virginia Souza, Aline Hanriot, Leandro Aislam, e Vera Ataídes, integraram a equipe.
    Nos seus primeiros dois meses, enquanto se estruturava, o programa contava com apenas uma hora de duração, veiculado das 09h às 10h.  Em seguida passou a iniciar suas transmissões às 08 da manhã, com quadros educativos ligados a história, lendas, e a cultura da Amazônia e contava ainda com a participação de repórteres da Amazônia.
     Com passar dos anos alguns quadros deixariam de existir, em função do número de pessoas envolvidas com o programa. “Infelizmente alguns quadros do Amazônia Brasileira jamais foram ao ar, porque, para que ele pudesse ser tudo que está no projeto precisaríamos ser uma equipe. Na verdade, a equipe sou eu e um ajudante temporário, no caso um estagiário, o que torna impossível a realização de todos os quadros e entrevistas com a qualidade e a responsabilidade das quais não abro mão”.       
   E com as mudanças o Amazônia Brasileira precisou se reestruturar. “Optei então por fazer um programa mais simples, porém muito conciso, com pautas mais elaboradas, até porque as demandas começaram a chegar, algumas envolvendo fatos graves”, conta Beth. Desde então programa atende os ouvintes através de cartas, e-mails e diariamente leva ao ar duas entrevistas com temas ligados a realidade e ao cotidiano da população da Amazônia Legal, nos quadros “Eu Quero Saber, Você Perguntou e o Amazônia Brasileira Responde”, “Juntando Forças, é o Amazônia Brasileira de Mãos Dadas com a Sociedade por um Brasil Melhor” e o “Cuidando de Você, Dicas de Saúde, Higiene Pessoal, Alimentação e Tudo que Melhore Nossa Qualidade de Vida”.

Eu sou da Turma da Floresta

        Uma das principais características do Amazônia Brasileira é a relação que ele consegue estabelecer com os ouvintes. Em 2005, Beth Begonha inova com uma promoção que continua valendo até hoje, “Eu Sou da Turma da Floresta", em que se forma uma grande corrente de amigos da natureza. “Tendo eu mesma vivido na Amazônia, tinha plena consciência de que precisava envolver a população com a questão do meio ambiente, não como um tema fora, mas como algo intrínseco da vida de cada um. Então me veio à idéia de propor que cada um/a fosse um ser da floresta, a própria pessoa, como tu é Tucano, outro é vento, outro é rio, outro é peixe, e que cada um se envolvesse com a questão”.
        E assim cada ouvinte que escreve para o programa, ou os estagiários que passam pela co-produção se propõe a ser um elemento da natureza. A jornalista Beth Begonha  é a Beija-Flor, a atual produtora Vera Ataídes é uma fruta do estado do Pará, a Mangustin.

A comunicação consequente do Amazônia Brasileira

Ashaninka tocam e cantam ao vivo no Amazônia
 Brasileira.
  Através dos microfones da Rádio Nacional da Amazônia Beth Begonha fala com a consciência de quem viveu a realidade da Amazônia. Na pauta do Amazônia Brasileira, além das questões ambientais é destaque a necessidade de valorização da identidade cultural das comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas da Amazônia.
    Formada em Jornalismo em uma cidade da Amazônia, Beth conta que passou por condições adversas e sua história serve de motivação para pautar a educação no Amazônia Brasileira, e incentivar os ouvintes a voltarem à escola. “Estudei e concluí meu curso universitário com muito esforço, e acho que esse testemunho, também é elemento forte nesse incentivo, que teve tantos e tão lindo resultados”.
    Kattya Regina foi uma dos muitos ouvintes que tiveram o rumo de sua história mudado, graças ao trabalho do Amazônia Brasileira. Kattya conta que em 2004, quando o programa tinha apenas um ano, ao ouvir uma mensagem lida por Beth, teve a consciência de que sua história poderia ser diferente. “A mensagem, na íntegra, não me lembro, mas dizia que nós podemos sonhar e realizá-los, só depende do tamanho da nossa vontade e determinação”.
Kattya Regina e Beth Begonha, nos estúdios da
Rádio Nacional da Amazônia, 2006. 
    Assim Kattya começaria sua luta para concluir um curso universitário. “Despertou uma vontade dentro de mim que não posso explicar o tamanho dela. Só sei que minha determinação para tudo mudou completamente. Meu olhar para o "mundo" mudou completamente e nesta minha caminhada, prestei vestibular na UFMS para Pedagogia EaD, e fui até Brasília, conheci pessoalmente a Beth".
   Moradora do Assentamento Mutum, em Brasilândia, Mato Grosso do Sul, depois de 14 anos longe de uma sala de aula Kattya decide voltar a estudar, e para isso teve que enfrentar muitas dificuldades. “Peguei muita boleia de caminhão para estudar. Pra sair daqui não é fácil. Estamos no meio do nada, e não é literalmente falando. Pra sair na BR-262 são 70 km de muita areia e barro para depois andar mais 50 km até a cidade de Água Clara”.
    Estudando aos fins de semana Kattya Regina concluiu a graduação, em seguida fez pós-graduação em Educação Integral e Integrada, e enquanto se prepara para um Mestrado em Educação Ambiental cursa Administração Pública, e ela lembra que tudo isso começou graças ao Amazônia Brasileira. “Minha vida mudou totalmente com uma única mensagem que ouvi lá atrás e que não esquecerei jamais”.
      As histórias dos ouvintes que tem a sua vida mudada com a contribuição do Amazônia Brasileira se repetem. José Carlos Martins, de Tupã (SP), conta que aos 40 anos trabalhando e estudando a noite conclui o ensino médio, e sem muitas expectativas entrou em depressão.  “Não conseguia dormir durante o dia fui ouvir algo na internet ai entrou a Beth na minha vida também falando de estudo qualificação dando aquela força já não estava sozinho com o Jaime [Jaime Consptein na época apresentava o programa o Brasil na Madrugada, na Rádio Gaúcha de Porto Alegre (RS) e também falava da importância da educação] e minha esposa na qual me deu grande força”.
José Carlos ouvinte de Tupã (SP)
     Com o acompanhamento de um psicólogo e animado pelo Rádio, aos 43 anos José Carlos começou o curso de técnico em informática, e tempos depois intercala com o curso técnico em web design. “Hoje além de técnico de informática e técnico em web design estou formado em pós-técnico em Java e técnico em redes de computadores, escrevo uma coluna sobre tecnologia no site parapua.net.” E José Carlos finaliza: “Essa é minha historia influenciada pelo rádio, principalmente pela Beth Begonha, do programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional”.
    Frente à valorização da identidade cultural, o Amazônia Brasileira faz um trabalho inédito, inseriu os povos indígenas na pauta do programa, abrindo um espaço que valoriza esses brasileiros. Na trilha sonora do programa além do que é sucesso do momento, os ouvintes tem a oportunidade de ouvir músicas que são produzidas no interior da Amazônia. “Essa aproximação gerou uma outra relação dos ouvintes com as populações indígenas, aumentado a empatia e o respeito por sua cultura. Também eles, os índios, abraçaram o Amazônia Brasileira, que sinceramente, eu acho que é o mais querido pelos nossos povos indígenas”, conta Beth.
   Essa relação com a população indígena levou Beth a visitar a Parque Indígena do Xingu, em 2007, onde fez a cobertura da visita Ministro da Justiça, Tarso Genro. “Nosso programa é andarilho e já foi transmitido em situações bem, como direi, corajosas, do meio da floresta, do acampamento indígena em Brasília, de vários encontros que trataram da biodiversidade da Amazônia, incluindo a cultural. Essa é outra de nossas características, ir onde o povo estar”, destaca a jornalista.
   A ultima transmissão do Amazônia Brasileira fora dos estúdios aconteceu dos dia 18 a 22 de junho de 2012. Durante a realização da Rio+20, o programa foi transmitido direto do Rio de Janeiro, sede do maior evento sobre o meio ambiente da última década. 

Tuwe Huni Kuin, Beth Begonha e Vera Ataídes, 
nos estúdios da Rádio Nacional da Amazônia
    O sentimento amazônico do programa pode ser percebido na edição do dia 24 de agosto de 2012, que contou com a participação Tuwe Huni Kuin, o índio cineasta do povo Kaxinawá que estava de viagem marcada, a convite de uma universidade americana, para estudar cinema em Hollywood. A outra entrevista foi com Rogério Dias, coordenador de Agroeciologia, do Ministério da Agricultura, sobre a recém lançada política de agroecologia, e sobre as sementes crioulas. Há ainda o depoimento da Vera Ataides, que, em seu último dia como estagiária, falou sobre a sua "descoberta" da Amazônia a partir da relação com o programa onde atuou por quase 11 meses.

Rádio Nacional da Amazônia - Amazônia Brasileira (24.08.2012) 
Os ouvintes tem participação ativa no Amazônia Brasileira, e de diferentes fmaneiras, através de cartas, pelo telefone e pela internet. Sugerem temas para entrevistas, propõem assuntos para comentários, além de mandar os seus alôs fazem seus pedidos musicais. “Esse espaço do rádio popular também está no projeto do programa, na sua linguagem, para que pudéssemos falar sobre temas complexos, mantendo ao mesmo tempo uma linguagem simples e o modelo de programa popular na sua forma de execução, já que falamos para gente muito simples do interior desse Brasilzão”.